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Fonte:www.administradores.com |
Empreender ou empregar-se?
Daniel Lima*
No Brasil, diferente do pensamento norte-americano, o empregado é visto comoa parte mais fraca na relação entre empregador e empregado. Talvez isso se justifiquepelo nosso contexto histórico marcado por grandes desigualdades sociais. O fato é queos poderes legislativo e judiciário garantem uma série de direitos ao empregado taiscomo férias, décimo terceiro salário, vale transporte, auxilio maternidade, fundo degarantia, seguro desemprego, entre tantos outros.
E diante do dilema “empreender ou empregar-se”, muitos colocam a sede porautonomia na balança, porém, os benefícios supra citados fazem a balança pender para o lado da segurança e estabilidade, especialmente para aqueles que possuem um perfilconservador e apresentam indisposição para assumir riscos. No entanto, em período decrise, a destituição dos tais direitos ocasionada pelo desemprego restaura o equilíbrio dabalança. Surge o empreendedorismo por necessidade.
Desprovido de competências administrativas essenciais para boa gestão donegócio, o empreendedor por necessidade torna-se suscetível às estatísticasdesfavoráveis acerca da prosperidade de sua empresa. Talvez devesse se espelhar emum dos primeiros empreendedores que surgiram: o produtor rural, cujo ritual de plantioe colheita consiste em investir na compra da semente primeiro; empregar seu trabalhono plantio a despeito dos riscos oriundos das adversidades climáticas e; realizar acolheita recuperando o investimento inicial no médio prazo e retirando sua margem delucro sem esquecer de reservar uma parcela do faturamento para reinvestir na compra denovas sementes para a próxima safra.
Em suma, a dúvida entre “empreender ou empregar-se” reflete um conflito entre os valores pessoais da autonomia e estabilidade. Enquanto para o empreendedor risco é ter que conviver com a possibilidade constante de ser demitido, para o empregado é não ter uma organização que o proteja. A ausência de mecanismos de fiscalização sobre o cumprimento de horário, objeto de desejo do empregado, transmite uma falsa sensação de liberdade, pois o senso de responsabilidade do empreendedor e seu comprometimento com o trabalho é muito mais forte do que qualquer vinculo empregatício formal.

*Daniel Lima
É formado em Secretariado Executivo Bilíngue pela UPF em 2005. Pós-graduado em Comércio e Relações Internacionais pela UCS em 2007 (incluindo módulo internacional na UADE - Universidad Argentina de la Empresa em Buenos Aires/Argentina). Mestre em Administração pela UFRGS em 2014 (incluindo módulos internacionais na HEC - Hautes Etudes Commerciales em Paris/França e EADA - Escuela de Alta Direction y Administracion em Barcelona/Espanha). Doutorando em Administração pela USCS - Universidade de São Caetano do Sul (SP) em andamento. CARGO ATUAL: Diretor do CCAA.
É formado em Secretariado Executivo Bilíngue pela UPF em 2005. Pós-graduado em Comércio e Relações Internacionais pela UCS em 2007 (incluindo módulo internacional na UADE - Universidad Argentina de la Empresa em Buenos Aires/Argentina). Mestre em Administração pela UFRGS em 2014 (incluindo módulos internacionais na HEC - Hautes Etudes Commerciales em Paris/França e EADA - Escuela de Alta Direction y Administracion em Barcelona/Espanha). Doutorando em Administração pela USCS - Universidade de São Caetano do Sul (SP) em andamento. CARGO ATUAL: Diretor do CCAA.
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